A última etapa iniciou às 8h20, saída de Janeiro de Baixo, já com chuva.
De
Janeiro de Baixo até Cambas, o isolamento manteve-se seguindo um Zêzere que
ainda corre livre e os pontos interessantes foram a cascata e a ponte romana que
encontrou a caminho de Álvaro, pedaço de paraíso. Delicioso foi também o encontro com 2 raposas, se uma fugiu a partilhar o trilho, a outra parou num "face to face" a pensar que bicho é este que aí vem... fugindo só no último instante.
O caminho nem estava trilhado, quando seria a última vez que aqui passou alguém?! Os carvalhos passaram a dar lugar aos pinheiros e eucaliptos e o xisto começa a ser senhor desta terra.
O caminho nem estava trilhado, quando seria a última vez que aqui passou alguém?! Os carvalhos passaram a dar lugar aos pinheiros e eucaliptos e o xisto começa a ser senhor desta terra.
De
Álvaro para Madeirã foi subir durante 5km... e quando pensava que estava a
acabar descia um pouco e voltava a subir outros tantos e assim sucessivamente,
infindável número de subidas.
Chegado
a Madeirã o desgaste físico já era acentuado e tomou a opção, para chegar a
tempo a Pedrogão Pequeno, de fazer a ligação por alcatrão.
O
objectivo seria Pedrogão Grande no entanto, como os bungalows do parque de
campismo estavam lotados a alternativa de alojamento foi Pedrogão Pequeno que,
para ajudar à coisa, era só no ponto mais alto de Pedrogão, Monte da Sr.ª da
Confiança, a 450m de altitude. O hotel e a vista valeu a pena a subida mas o
desgaste físico fazia sentir-se.
Este
dia foi bastante duro, apenas 60Km mas com 2600m de acumulado que somados à
chuva das 8h20 até às 16h00, aos 8kg de carga e à dor que há dois dias não saía
do tendão de aquiles , fez da chegada um verdadeiro dilema. E agora? Tendo em
conta que em 3 dias fez 6100m de acumulado e 193Km significa que nos restantes 167Km
teria de fazer perto de 8000m de acumulado, dado o tempo disponível não é
razoável. Parecendo que a segunda parte desta rota é bem mais exigente do ponto
vista físico para os dias que foram programados.
Este é
o risco de fazer como que um reconhecimento da rota pois, pelos dados
disponíveis não foi possível prever esta situação. Não é de todo frustrante
pois a parte que mais aliciava desta rota era a parte selvagem do rio, aquela
que corre livremente sem intervenção humana. A primeira barreira do Rio Zêzere
é precisamente na barragem do Cabril entre Pedrogão Grande e Pedrogão Pequeno,
ficando esta parte cumprida.
A
dificuldade registada pela ausência, em determinados pontos do percurso, de
indicações da rota obriga o uso do GPS (cujo o track oficial ainda não foi
disponibilizado pela entidades responsáveis) não sendo possível seguir a
verdadeira rota e obrigando muitas vezes ao improviso. Ficando por perceber se
a ausência das indicações se devem apenas a partes inacabas ou, também,
retiradas por vandalismo ou qualquer outra razão.
Considera-se
um projecto com enorme potencial que nesta aventura ficou marcada por 3 dias de
pedal, 193Km, 6100m de acumulado e incríveis trilhos e belos recantos proporcionados
pelos vales do Zêzere, verdadeiros pedaços de paraíso!
Ao Nuno,
os parabéns pela aventura a solo e um obrigado a todos os comentários de incentivo.
Boas trincadelas,
Tânia Mira.